Hoje em dia, os alimentos são plantados em solos pobres em minerais que recebem diversos fertilizantes e agrotóxicos e, assim , geram alimentos vazios nutricionalmente. Um estudo publicado na Inglaterra em 2021 mostrou que os níveis de cálcio, magnésio e ferro naturalmente contidos no repolho, tomate e espinafre sofreram uma diminuição de 80% a 90% entre 1914 e 2018. Chocante, né?
Esse é um dos motivos pelos quais os números comprovam que mais de 80% das pessoas sofrem com deficiência ou insuficiência de nutrientes essenciais. Sendo assim, podemos ver que mesmo uma pessoa com alimentação saudável pode precisar de suplementação, já que a via alimentar não entrega o essencial.
E não só o fato dos nossos alimentos não estarem mais tão ricos em nutrientes como antigamente, também temos fator de biodisponibilidade desses nutrientes e de como digerimos para que o que tem ali naquele alimento seja bem aproveitado.
Uma frase que mostra bem o papel dos suplementos nos dias atuais, dita pelo médico americano Gabriel Cousens: “Nos dias de hoje, ou você tem um pequeno armário de suplementos ou terá um armário de medicamentos.”
Os suplementos alimentares vêm então para somar na nossa rotina saudável, são uma extensão da nutrição.
Vamos falar agora dos suplementos mais comuns e que na minha opinião, são os essenciais para este começo:
Vitamina D: essencial para mais de 300 atividades bioquímicas em nosso organismo. Hoje em dia já é considerada como um pré-hormônio, já que participa como cofator de toda cascata hormonal. É essencial para a eficiência do sistema imune, para a absorção de cálcio e consequente formação e preservação de ossos e dentes. Auxiliar na cognição cerebral, saúde cardiovascular e sanguínea e regulação do sistema nervoso. Além disso, uma metanálise comprovou que a adequação do status de vitamina D promove a melhora nos parâmetros glicêmicos, podendo ser útil como parte de uma estratégia preventiva para diabetes tipo 2. É encontrada em poucas fontes como gema de ovo orgânico, fígado, peixes gordurosos como arenque, salmão e sardinha, e gordura do leite de vaca orgânico. Sem contar também, na luz solar que é a principal fonte dessa vitamina, mas como hoje em dia cada vez mais as pessoas perderam o hábito de tomar sol, sua deficiência acaba sendo muito comum.
Recomendação: 2 mil/ui por dia no mínimo!
Ômega 3: nosso corpo não produz naturalmente os ácidos graxos essenciais, logo, precisamos consumir via alimentação ou suplementação. No entanto, nossa alimentação atual está mais abundante em ômega 6, que é pró-inflamatório e pobre em ômega-3 que é mais antiinflamatório devido o consumo de alimentos ricos em óleo de soja, milho ou girassol. Os ácidos graxos essenciais, principalmente EPA e DHA, presentes no ômega 3 ajudam na imunidade, combate aos radicais livres, energia, funções musculares, absorção de cálcio, cascata hormonal, saúde intestinal e principalmente na função cerebral. E o consumo de peixes Muito se fala que peixes são ricos em ômega 3 mas na verdade a maioria dos peixes comercializados por aí são criados em cativeiro e alimentados com ração e por conta disso não contém ômega 3 que precisamos. É possível encontrar ômega 3 na semente de linhaça, chia e nozes mas no caso da semente de linhaça para conseguirmos ter acesso aos nutrientes é preciso consumir a semente na sua forma triturada.
Recomendação: 2g de ômega 3 proveniente de algas marinhas, óleo de peixe ou óleo de krill.
Glutamina: é o aminoácido mais abundante no corpo, sendo indispensável para o bom funcionamento do sistema imunológico e para a integridade da mucosa intestinal. Além disso, desempenha um papel crucial para o bom funcionamento cerebral. Nosso corpo produz naturalmente a glutamina a partir de outros aminoácidos, mas essa produção pode não ser suficiente já que ela é utilizada em grandes quantidades pelo organismo, sendo ideal obtê-la também através da alimentação e/ou suplementação. A suplementação com glutamina pode melhorar sua qualidade de vida, aumentar seus níveis de energia, reduzir dores musculares, melhorar a digestão e a saúde intestinal, aumentar a qualidade do sono e reduzir a dor e a fadiga.
Recomendação: a dose diária recomendada é de 2 a 5 gramas por dia.
Probióticos: são microorganismos vivos que produzem naturalmente enzimas digestivas que ajudam-nos a digerir e absorver melhor os alimentos. Bactérias boas que promovem saúde intestinal, e consequentemente, imunidade perfeita, logo que 80% de nossa capacidade imunitária está em nosso intestino. Eles servem para regular a microbiota intestinal, equilibrar distúrbios gastrointestinais, prevenir e tratar doenças, e, também, atuam como imunomoduladores.
Recomendação: tomar diariamente antes de dormir, recomendo procurar por marca que possua mais de 5 cepas de bactérias por dose! Ou suplementar com profissional de saúde.
As informações acima transmitidas não substituem a consulta médica ou com profissional de saúde. Se os sintomas persistirem, procure atendimento profissional.
VALENTINA SLAVIERO
Nutricionista funcional com uma visão mais holística, também aborda tópicos sobre espiritualidade, trabalho, relacionamento e autoconhecimento. Terapeuta Ayurveda pela Escola Saúde Elementar. CRN 10821
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