Quantas vezes você já escutou que criatividade é um dom?
Quase como se, o ser humano dotado de criatividade, fosse “o escolhido”, especial, diferenciado.
E quantas vezes você já não associou a criatividade como sendo ferramenta exclusiva de profissionais específicos como os artistas e escritores?
O senso comum da criatividade nos falhou.
Pois a verdade é que a criatividade vem em todos nós como configuração de fábrica, e desaprendemos a ser criativos com o passar do tempo.
Incentivados pelas nossas crenças centrais e mitos sociais, vamos nos distanciando desta nossa habilidade tão poderosa.
Mas, o fato é: todo ser humano é criativo.
Precisamos de criatividade para mentir, por exemplo, para montar um roteiro de viagem, um Excel, um jantar para os amigos, fazer compras…
A criatividade é tudo aquilo que envolve criar uma resolução mental e, mais do isso, concretizar esse feito.
É a arte de encontrar ou criar soluções.
Pelo seu caráter extremamente flexível, ser criativo significa aprender e reaprender.
Pensando nisso, a criatividade nos ajuda muito quando falamos em inteligência emocional.
Isso porque hoje sabemos que a capacidade de transformar a maneira como enxergamos as situações desafiadoras em nossas vidas é o que, de fato, faz diferença em nosso modelo cognitivo, ou seja, na forma que experienciamos e julgamos nossas vivências.
Só essa informação já nos diz como a criatividade está atrelada ao nosso bem-estar.
De forma mais técnica, existem diversas redes neuronais específicas em nosso cérebro “responsáveis” pela criatividade, mas vamos citar uma em especial hoje que é a chamada Rede de Modo Padrão.
Uma curiosidade muito interessante sobre esta rede é que ela também nos auxilia a compreender e refletir sobre o que o outro está sentindo, sendo ela a rede ligada a nossa empatia.
Portanto, a criatividade também está conectada com esse imaginar o universo interno do outro, englobando ainda mais o conceito de bem-estar entre os indivíduos de um grupo ou sociedade.
Todos nós podemos desenvolver essa nossa ferramenta, basta pensarmos de forma consciente nesse processo, buscando novas alternativas para o dia a dia e permitindo que nossa mente explore além dos limites de nossas crenças.
LUIZA MORAES GONZALEZ
Psicoterapeuta com abordagem cognitivo-comportamental e criadora do podcast Inspiração Boca a Boca com temas sobre o cérebro, comportamento, saúde mental e filosofia.
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